Professores de Estância mantêm paralisação das atividades

26-08-2010 12:52

Na próxima sexta-feira, 27, haverá assembléia do Sintese para serem discutidas questões relativas ao andamento da greve.

Professores da rede municipal de ensino público do município de Estância mantêm a paralisação das atividades, que nesta quinta-feira, 26, completa um mês. Na próxima sexta-feira, 27, haverá nova assembléia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese) para serem discutidas questões relativas ao andamento da greve.

Em outra reunião realizada nesta última terça-feira, 24, os professores deliberam a continuidade da greve. De acordo com a coordenadora do Sintese em Estância, Ivônia Aparecida Ferreira, o prefeito ainda não mostra preocupação com a situação da classe. “O caso está tão grave que o bispo D. Marcos Eugênio, sensibilizado com tudo que está acontecendo, está tentando manter uma conversa com o prefeito para que um consenso seja alcançado”, explica.

Ivônia esclarece que a greve não questiona o pagamento do piso aos professores, mas exige que direitos como a Regência de Classe, por exemplo, sejam garantidos pela administração pública. “Essa regência, sendo um direito do magistério, estimula os professores a se manterem dentro da sala de aula. É o reconhecimento de um trabalho feito com muito esforço. Nós recebemos o piso, mas para isso foram cortados nossos direitos. Então a greve continua”, aponta.

Prefeitura de Estância

Ivonia Aparecida, coordenadora do Sintese em Estância
Segundo o prefeito de Estância, Ivan Leite, todo o processo da paralisação das atividades não tem legitimidade. “Desde quando foi realizada a lei do Piso Salarial, ficou garantido que seria totalmente legal a adequação dos planos de cargos. Aqui em Estância, pagamos uma média de R$1.400 para os professores, quase o triplo do que realmente deveriam receber”, conta.

O prefeito acrescenta que o valor os professores municipais recebem é maior até do que o salário de muitos docentes da rede particular de ensino no município. “Só para ter uma idéia, muitos professores de escolas particulares daqui ganham R$560 por mês de piso, muito menor do que os profissionais das escolas municipais públicas de Estância”, explica.

Ivan Leite, prefeito de Estância (Foto: Márcio Dantas)
Ainda de acordo com o prefeito, o piso salarial, pago desde maio de 2009, poderia ter sido prorrogado para perto do período eleitoral, mas foi decidido pelo pagamento adiantado. “Poderíamos ter economizado antes para que agora realizássemos um aumento dos salários, mas preferimos pagar antecipadamente. Além disso, apesar de sermos um dos municípios com a maior receita, também possuímos mais de 15 mil alunos e 600 professores. Um número muito maior do que outras cidades do Estado para ser investido”, aponta.

O prefeito diz que terá de entrar com um documento protocolado no Ministério Público, para tentar solucionar o impasse com os professores. “Muitas coisas na educação pública em Estância tem melhorado nos últimos anos. Férias pagas, 13º salário pago, licença prêmio, e tantos outros investimentos já beneficiam esses professores. Não entendo o motivo de tamanha atitude”, conclui Ivan.

Assembléia

A reunião realizada pelo Sintese será realizada na próxima sexta-feira, 27, a partir das 14h, na sede do Senai, em Estância.

Por Victor Hugo e Raquel Almeida